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Educação Inclusiva - o Real, o Possível e o Imaginário

          Inclusão, falar é fácil mas no cotidiano escolar não é tão simples. A igualdade e as diferenças na escola nos remetem a uma reflexão constante afinal, o que é ser normal? Creio ser este o ponto de partida para esta ampla discussão, já que o conceito de "normalidade" passeia de boca em boca seja nas rodas sociais como nas acadêmicas sem que, quem quer que seja, o defina. 
         A questão primordial gira em torno da inclusão e permanência do aluno na escola, seja ele portador de alguma deficiência ou não.  A igualdade de oportunidades é um direito de todos. Até aqui é fato, lei, nada a contestar. Mas levanto o seguinte questionamento: Igualdade entre quem? O que é ser igual? Ou mesmo, o que é ser diferente?Igual em que? Diferente em que?
     Rousseau já defendia em seu discurso sobre a origem da desigualdade entre homens que as desigualdades sociais são aquelas produzidas pelas relações de domínio econômico, espiritual e político, logo, nem precisa ser portador de alguma síndrome ou deficiência para ser diferente, certo?
      O que define o sujeito são suas peculiaridades, ligadas a sexo, etnia, origem e crenças. Tratar as pessoas diferentemente pode enfatizar suas diferenças, assim como tratar igualmente os diferentes pode esconder suas especificidades e excluí-los do mesmo modo; portanto, ser gente é correr sempre o risco de ser diferente.
          A questão: Aluno diferente - indefinido, incoerente, indeterminado, logo, "desestabiliza o pensamento moderno da escola, na sua ânsia pela lógica, pela negação das condições que produzem as diferenças, que são as matrizes da nossa identidade".
      A diferença propõe o conflito, o dissenso, a imprevisibilidade, a impossibilidade do cálculo, da definição, a multiplicidade incontrolável e infinita. Se a diferença é recusada, negada, desvalorizada então teremos o igualitarismo essencialista. Se a diferença é aceita e valorizada, muda de lado, rompe com os pilares que sustentam a escola.
           Para Rawls(2002, p. 108), em Uma Teoria de Justiça, opõe o direito do mundo moderno que iguala os homens ao nascer. Propõe a política da diferença, estabelecendo a identificação das diferenças como uma nova medida de igualdade. Surge a igualdade democrática que nada mais é que o princípio da igualdade de oportunidades mais o princípio da diferença onde " as desigualdades naturais e sociais são imerecidas e precisam ser reparadas e compensadas, e o princípio da diferença que é o que garante essa reparação, visando a igualdade".
          O que queremos e esperamos como Professores de Inclusão - "Igualdade de aprender como ponto de partida e as diferenças no aprendizado como processo e ponto de chegada".(Joseph Jacotot)
                                  
                                                 Professora Josenara Nunes

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